Das confissões e trajetórias ...
Lembro do meu primeiro curso de informática. Foi um curso gratuito oferecido pela prefeitura de Rio Branco. Foi pelos meados dos anos noventa, mais precisamente 1997, tinha treze anos. Lembro que sempre tive uma queda por filmes com tema ficção científica, Star Wars estava presente em todas as listas. Para uma menina de treze anos, estudante de escola pública, apaixonada por ficção científica e pais autônomos, estar entre os sorteados para um curso de informática significava muita coisa, afinal, na época, era muito caro um curso desses. Hoje, jovens de treze anos, chamariam de ‘inclusão digital’.
Fiz o básico, Windows, Word, Excel e Internet, mas o curso de internet, não tinha internet, entende? Pois é, o aprendizado foi em versão off-line. Daí, como não tinha computador em casa e num ambiente em que era necessário listar prioridades para resultar em comida na mesa, não pratiquei o que aprendi, e, claro, fui esquecendo certas coisas. Lembro que quase 3 anos depois, me apaixonei por um colega de turma, só por que ele sacava de computador melhor que eu. E olhe que ele era gordinho, míope e tinha um barrigão. Mas, o romance não rolou e minha queda por ficção foi ficando mais aguçada. Tive que estimular meu auto-didatismo e aprender a usar a máquina, deu certo, aprendi - um pouco- de linguagem de programação, internet, conheci trechos avançados de programas de edição de texto, imagens e vídeos e em uma época até brincava de invadir computadores.
Com o tempo veio as redes sociais, os fotologs – foi uma febre na época! - , blogs – já tive tantos que perdi as contas - , IRC, MIRC, MSN, facebook, twitter e hoje estamos onde estamos. Lembram do Mirc? Ah, como era bacana! Odiava os OP’s, e quando era banida então? Que raiva! Tinha até as festinhas do #Acre, blusas com os nicks e tudo! Meu Nick era Eu_T_OdEiO ou ErVa_VeNeNoSa, e devido a esses nicks pé-de-chinelo, sempre tinha um engraçadinho no meu PVT perguntando: Você me odeia? Ou Hum... Venenosaaa.... e esses comentários me rendiam as inúmeras expulsões do canal. Lembro também de quando abri meu twitter, tinham no máximo 5 pessoas que eu conhecia e quando eu perguntava: Tem twitter as pessoas me olhavam com cara de paisagem e diziam: O quê?, com o tempo o cara de paisagem foi sendo o suficiente para eu entender que não tinham. Hoje até o cara que limpa meu quintal tem twitter, pior, em inglês!
“Qual o seu endereço no twitter?”
“Procura, @BadBoydoCalafate”
“O_o, ah, ta. Vou procurar”
E assim os dias vão seguindo, com uma velocidade absurda e cada vez mais se transformando em um mundo digital.
*Magda Tomaz